Nós Unitário Universalistas temos por princípio o respeito às datas sagradas e celebrações de todas as religiões. Temos, também, nossas próprias datas e celebrações e nesta página disponibilizaremos informações sobre as mesmas com o tempo.
Palavras de Abertura - Sylvia L. Howe
Nós lhes damos as boas-vindas neste primeiro encontro do novo ano.
Como Janus, reunimo-nos com parte de nós olhando para trás
e parte de nós olhando para adiante.
Reunimo-nos na borda do novo ano
entristecidos por nossas perdas,
acalentando nossas alegrias,
conscientes de nossas falhas,
com saudades dos dias que passaram.
Reunimo-nos na cúspide deste novo ano
ávidos por iniciar novamente,
esperançosos pelo que está à nossa frente,
prometendo fazer mudanças,
antecipando amanhãs e amanhãs.
Convidamos vocês a compartilhar nossa celebração da vida,
sabendo que a vida inclui o bom e o ruim,
términos e inícios.
Nós lhes damos as boas-vindas!
Certa vez eu dei as boas-vindas ao ano-novo na Times Square. Era o início de 1954, quando eu tinha dezesseis anos. Ficamos no Hotel Taft. A orquestra de Vincent Lopez estava tocando na pista de dança do Taft, e eu dancei com minha mãe. A Times Square estava fria, lotada de pessoas, com luzes brilhantes, barulhenta e empolgante. As pessoas falavam com estranhos e lhes desejavam coisas boas. À meia-noite, eu estava no centro do mundo e no centro do tempo. Eu me lembro de ter sentido que a descontinuidade na virada do ano era real, que o tempo parou à meia-noite e então começou de novo, que o novo ano com seu novo número era realmente novo.
Agora meus pais se foram, Vincent Lopez se foi, e a Times Square está diferente do jeito que era há cinqüenta anos. Eu dancei, cantei, abracei e beijei em muitas outras vésperas de Ano-Novo. Eu fiz novos inícios, bons inícios, embora acho que nenhum deles tenha acontecido em um dia primeiro de janeiro.
Desejo a vocês no ano novo tantos novos inícios quantos vocês precisem, e não mais do que vocês possam lidar. Que eles venham não com uma virada específica de uma folha de calendário ou com o toque de um relógio, mas exatamente quando vocês precisarem deles.
Nestea no, que vocês se lembrem de velhos conhecidos, e que a paz se liberte, mesmo que apenas um pouquinho, no mundo e em sua vida.
Por Robert Walsh, ministro emérito, First Parish Church UU, Duxbury, Massachusetts. Do livro Noisy Stones, the 1992 UUA Meditation Manual, publicado pela Skinner House.
A data que estamos celebrando hoje marca o início de um novo calendário, e vamos celebrá-la com uma comunhão do fogo.
Quando a humanidade olhou pela primeira vez os céus e as profundezas do infinito, não viu inícios e términos, passados e futuros. Vimos deuses e espíritos, os destinos e os grandes oráculos. Vimos os ciclos que governavam não apenas o além, mas também a terra, o mar e todos os que habitam neles. O que quer que viveu e cresceu, respirou, amou e morreu o fez de acordo com os ciclos do tempo, que demarcaram seu caminho sobre mais do que nosso céu e terra, mas também sobre nossas próprias almas.
As vidas que vivemos não vão mudar apenas porque nosso calendário humano está diferente. Nossas vidas vêm e vão como ciclos de criação. Esta é a situação humana. Escapar não é possível, nem mesmo desejável. Pois é dentro desses ciclos de vida e morte, de criação e recriação que a influência de nossa particular presença vive eternamente além de nossos intervalos de tempo humanos.
Nesta manhã eu convido vocês a participarem de um sacramento chamado comunhão do fogo. Um sacramento é um “sinal externo visível de uma graça interna espiritual”. Em qualquer rito sacramental, uma realidade concreta, seja ela água, fogo, pedra ou um pedaço de pão, é vista como um veículo portador de uma capacidade especial de simbolizar em nossas vidas o que é radicalmente significante, de exprimir “uma graça interna espiritual”. Hoje, o fogo é investido dessa capacidade.
Nosso serviço começou constatando humildemente que nós somos todos aprisionados nos vastos ciclos do tempo. Mas com nossa comunhão do fogo nós constatamos, também, que somos participantes criativos, que temos nossa própria responsabilidade, e nosso próprio potencial e poder dentro do ciclo do tempo. Embora seja verdade que não podemos impedir o ano de mudar, podemos buscar viver mais intensamente no próximo ano. Embora não possamos mudar os ciclos de nascimento e morte, podemos dizer sim a nosso poder de fazer términos significativos, deixar ir todos os hábitos ruins que temos e fazer votos de melhorar. Embora não possamos mudar o ano que passou ou determinar o que o ano novo vai trazer, temos de fato o poder de, a cada momento, comprometermo-nos com novas e melhores maneiras de ser e de agir.
Nossa comunhão vai consistir de duas ações: um “deixar ir” ao passado o que pertence ao passado, e uma “renovação”, uma re-dedicação àquilo que é, para cada um de nós, renovador e aprimorador.
Eu vou agora acender as duas velas de nossa cerimônia…
(Para acender a Vela do Deixar Ir, diga)
Espírito da Vida, esteja conosco em nosso “deixar ir”.
Ajude-nos a deixar ir nossos velhos hábitos, rancores e atitudes.
Deixe que a escuridão em nossos corações se apague com o acender desta chama
que deixa espaço para a luz que cura, no ano que chega.
Com esta prece, acendemos a Vela do Deixar Ir.
(Para acender a Vela da Renovação diga)
Oh Deus da infinita Novidade
Desperte em nós força e comprometimento ao bem
Ajude-nos a deixar entrar a luz da vida e do amor nos dias que virão.
Com esta prece, acendemos a Vela da Renovação.
Cada um de vocês recebeu um pedaço de papel. Eu convido vocês agora a escrever uma palavra ou um desenho, um símbolo, que representa o que vocês buscam jogar fora, esquecer, deixar para trás neste ano. Este papel é apenas para os seus olhos. Vocês serão convidados a trazer o papel adiante e queimá-lo nesta chama. O fogo vai consumir não apenas o papel, mas também o que o papel simboliza.
Depois de você ter queimado seu papel e deixado ir o que é preciso deixar ir, você está convidado a acender uma vela como símbolo de sua dedicação renovada às aspirações de seu coração. Sua chama vai não apenas acrescentar calor e luz ao nosso encontro, mas também vai aquecer eiluminar seu caminho neste novo ano, simbolizando a “graça interna spiritual”.
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